...as saudades... as recordações... os amigos ...um tempo de alegrias e tristezas vividos em Angola.
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
UM NOVO ANO DE SAUDADE...
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
É NATAL... tanta saudade!!!


quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
RECORDAÇÕES DE UM OUTRO NATAL...


- "Perguntei lá em Luanda qual era o sítio mais arriscado, ou melhor, mais causticado da Força Aérea. Eles falaram-me no Toto e por essa razão venho até cá passar o Natal convosco! Boas Festas, Comandante!
À noite, organizou-se uma grande mesa no pobre recinto, e "ali estava o Presépio, hábil e pacientemente arranjado pela rapaziada, a confirmar que Deus estava com todos eles". A mesa destinava-se ao Brigadeiro , aos Oficiais... e a todos os Soldados. Saberiam eles que era, assim mesmo, "A Mesa" do antigo Exército Português, comendo Oficiais e Soldados o mesmo pão e na mesma sala, sentados os Comandantes com os Comandados?!" Prendas, brindes, discursos, pois não havia nem "assistência Religiosa nem a Missa do Galo habitual. Mas ali estava Deus, mesmo entre eles. E estava também Portugal! Distribuiram-se prendas a toda a gente, a Oficiais e a Soldados sem distinção, e aos pretos, claro que tinha de ser. "Quando se aproximava do seu termo a festiva cerimónia, os Soldados, de moto próprio, resolveram em comissão presentear o Oficial General com armas gentílicas arrebatadas aos terroristas em combate.". Eram os seus queridos troféus! O Brigadeiro respondeu-lhes assim:
- "O Toto pode acabar, mas este Natal jamais pode ser esquecido! Obrigado pela vossa significativa oferta: como nada tenho para vos dar em troca, é meu dever ir para a torre fazer duas horas de sentinela em vez do soldado mais bem comportado a quem tal competir!".
(As torres eram umas estruturas improvisadas, feitas de troncos, madeiras e pregos capturados aos terroristas, e que serviam de atalaiss elevadas no campo).
Noite fora, os Soldados dormiram (se puderam dormir, após este encontro com Deus e com Portugal de Antanho!), porque, após o Brigadeiro seguir para a torre, também foram o Tenente Comandante do AM, os Sargentos e os Cabos, que se foram sucessivamente oferecendo e depois, por ordem hierárquica, de torre para torre gritavam: - "Sentinela alerta!" e nesse momento sentiu-se que ali Portugal podia responder, com verdade: - "ALERTA ESTÁ!"